sexta-feira, 13 de abril de 2012

NOTA DA UNEGRO SOBRE A COMUNIDADE QUILOMBOLA RIO DOS MACACOS


A região metropolitana da primeira capital do país, mais as cidades que compõem o recôncavo baiano guardam as marcas do trabalho, resistência e luta das comunidades negras formadas durante o período da escravidão e após o fim oficial do regime do açoite e desumanização. A decadência da produção açucareira, transferência da capital para o Rio de Janeiro e o avanço da luta abolicionista resultaram no abandono das fazendas por partes dos senhores, familiares e agregados mais próximos. Aos escravizados que não foram levados ou vendidos pelos fazendeiros só restaram o nada, a
fome, a dor e a miséria.
O Quilombo Rio dos Macacos é fruto deste processo. São negras e negros abandonados pelos donos da Fazenda dos Magalhães, área doada pela prefeitura de Salvador, na década de 1960, à Marinha do Brasil, onde se encontra instalada a Base Naval de Aratu. A referida fazenda foi sendo desativada nos idos de 1890 até as primeiras décadas do século XX; momento em que, a comunidade também foi se formando e ocupando as áreas deixadas para trás. Áreas, é bom lembrar, das capitanias hereditárias, das sesmarias e da famigerada Lei de Terra de 1850.
A questão envolvendo a Marinha do Brasil e a comunidade de Rio dos Macacos é parte desse contexto histórico. Primeiro, a comunidade, sem assistência jurídica para contraditar os interesses do Ministério da Defesa, vê o Juíz da 10ª Vara da Justiça Federal, seção Bahia, negar impiedosamente os seus direitos fundamentais consagrados na Constituição Federal de 1988.
Mais grave. O Juiz Evandro Reimão dos Reis a par de toda a situação de conflito, constrangimentos e humilhações enfrentados pelos quilombolas, ainda tem dificuldades inexplicáveis de deferir o pedido da Advocacia Geral da União no sentido de garantir o prazo necessário para o INCRA concluir o Relatório Técnico de Identificação e Demarcação (RTID), peça fundamental à titulação de um território quilombola. Segundo, a comunidade e o Brasil assistem a afronta obscena ao art. 68 do ADCT e a tentativa de ferir de morte o Decreto nº 4.887/2003, editado pelo presidente Lula, e que
revogou o nefasto Decreto nº 3.912/2001 de FHC. O que está em jogo nesse instante é o avanço do legado do governo que entre 2003 e 2010 reconheceu mais de 1.600 comunidades ou o retrocesso à era neoliberal comandada pelo tucanato, onde quilombo não teve vez.
Nesse sentido, a União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), reafirma a defesa do Quilombo Rio dos Macacos, que vem sofrendo várias ameaças de expulsão e perda de direitos fundamentais, e a proteção de seus líderes, que correm risco efetivo de terem suas vidas ceifadas por defenderem o legítimo direito desta comunidade quilombola.
Reivindica que o governo federal instale a Câmara de Conciliação, como determina o art. 11 do Decreto nº 4.887/2003;
Defende a conclusão do RTID e titulação do território quilombola Rio dos Macacos;
Defende que qualquer diálogo ou negociação precisa respeitar os princípios da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho;
Defende a implementação de políticas de saúde, habitação, educação, energia elétrica, saneamento básico, na comunidade, dentro do escopo do Programa Brasil Quilombola, sob responsabilidade da SEPPIR;
Defende a suspensão do pedido de reintegração de posse feito pela Marinha do Brasil;
Cobra que o Juiz da 10ª Vara da Justiça Federal, seção Bahia, defira o pedido da AGU para que o processo de diálogo entre o governo e a comunidade possa se efetivar;
Defende e participa da mobilização dos moradores e dos movimentos sociais pela comunidade Rio dos Macacos; e, Exige que a Marinha do Brasil cesse os ataques psicológicos, morais, humilhações, constrangimentos e ameaças contras os quilombolas, familiares e amigos.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
Coordenação Estadual da UNEGRO-BA.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

UNEGRO-VALENÇA COMPLETA QUATRO ANOS

Parabéns Valença!
Companheiros

Hoje a UNEGRO - união de negros pela igualdade,  completa quatro  anos de implantada em nosso municipio, entendemos que pouco foi feito, diante do muito que ainda há por fazer.
Sabemos que o nosso chamado ainda, não foi ouvido por muitos, ou por aqueles que insistem em não nos ouvir.Porém temos a plena consciência, de que tiramos de trás das cortinas o racismo que ali se encontrava disfarçado.
Conseguimos nesses  anos mexer com as estruturas preconceituosas e colonizadoras de sociedade. Nós unimos aqueles que tem como objetivo o bem comum, independente de raça ou crédulo de cada um.
Sim esses são os bons que como disse Mandela - não podem se calar.
Estamos
  ai a semente foi plantada e continuaremos a regá-la.
Sendo assim temos a convicção... Num futuro o qual esperamos não esteja tão distante, colheremos os frutos da árvore da igualdade de direitos, tão falados mais pouco socializados.
Lutaremos para quer Diante do Deus  dos desgraçados (Castro Alves) não mais sejamos vistos como  negros e brancos , fracos ou fortes, ricos ou pobres e sim apenas cidadão, Valenciano, Brasileiro e do mundo.
Que possamos verdadeiramente sermos iguais em nossas diferenças.
 
EIÁ POVO NEGRO

E VIVA A UNEGRO!!! Valença 05/03/2012


                         
                                                                            

Katia Costa                                                               
Coordenadora Regional da UNEGRO    
Danielle Mércia Luz
Coordenadora Municipal da UNEGRO